Se você dorme a noite toda com o ventilador ligado, pare com urgência. Você corre risc… Ver mais

Com a chegada dos dias mais quentes, muitos brasileiros recorrem ao velho e confiável ventilador para amenizar o calor durante a noite. Seja pelo alívio imediato que o vento proporciona ou pelo barulho branco que ajuda no sono, o hábito de deixar o ventilador ligado durante toda a madrugada parece inofensivo. Mas a verdade é que essa prática pode estar sabotando sua saúde silenciosamente.
Especialistas em saúde respiratória e otorrinolaringologia têm alertado sobre os riscos associados ao uso contínuo do ventilador durante o sono. Embora o aparelho traga conforto térmico, seus efeitos colaterais podem ser nocivos, especialmente para quem já apresenta algum tipo de sensibilidade respiratória, como rinite, asma ou sinusite. Mas não só isso: até pessoas saudáveis podem ser impactadas negativamente.
A seguir, entenda por que você deveria repensar esse hábito aparentemente inofensivo — e quais alternativas adotar para garantir noites frescas e seguras.
Um dos principais efeitos adversos do uso prolongado do ventilador durante a noite é o ressecamento do ar. Ao circular o ar constantemente em um mesmo ambiente, o aparelho pode reduzir a umidade do quarto, tornando o ar mais seco — especialmente se o local já estiver naturalmente pouco ventilado.
Esse ar seco, por sua vez, resseca as mucosas nasais, da garganta e dos olhos. O resultado? Acordar com o nariz entupido, garganta arranhando e sensação de secura nos olhos não é raro. Em casos mais intensos, esse ressecamento pode causar sangramentos nasais ou agravar crises de rinite e sinusite.
O ventilador não apenas movimenta o ar: ele também espalha poeira, ácaros, pelos de animais e outros alérgenos que se acumulam no ambiente. Se o aparelho não estiver limpo ou se o quarto tiver acúmulo de partículas invisíveis, o uso do ventilador pode literalmente jogar esses agentes no seu rosto enquanto você dorme.
Para pessoas com alergias respiratórias, isso é especialmente perigoso. O fluxo constante de ar cheio de micropartículas pode desencadear espirros, coceira nos olhos, tosse noturna, chiado no peito e congestão nasal.
Outro problema comum é o impacto do vento constante sobre músculos e articulações. Quando o fluxo de ar atinge diretamente o corpo, especialmente o pescoço e as costas, pode causar uma queda brusca na temperatura corporal durante o sono, levando à contração muscular involuntária.
Muita gente relata acordar com torcicolo, dor na cervical ou sensação de rigidez muscular após dormir a noite inteira com o ventilador apontado diretamente para o corpo. Isso acontece porque o vento frio pode afetar a circulação sanguínea superficial e causar inflamações leves nos músculos.
Pode parecer contraditório, mas em alguns casos, o uso prolongado do ventilador pode atrapalhar o sono ao invés de ajudar. O ruído constante, embora funcione como som ambiente para algumas pessoas, pode causar microdespertares em outras — interrupções breves que fragmentam o ciclo do sono, mesmo sem que a pessoa perceba.
Além disso, a queda de temperatura corporal durante a madrugada, causada pelo vento direto, pode fazer com que o organismo entre em estado de alerta, prejudicando o descanso profundo.
Os efeitos negativos do ventilador são ainda mais acentuados em crianças pequenas e idosos, cujos sistemas respiratórios e imunológicos são mais sensíveis. Bebês, por exemplo, podem sofrer com o ressecamento das vias aéreas e desenvolver quadros de tosse seca, congestão ou até otite. Já os idosos correm mais risco de contrair infecções respiratórias e enfrentar desconfortos musculares.
Por isso, especialistas recomendam atenção especial ao ambiente onde essas faixas etárias dormem. Usar umidificadores e evitar que o vento atinja diretamente o corpo são atitudes simples que fazem diferença.
Se abrir mão do ventilador parece impossível nos dias mais quentes, algumas dicas podem ajudar a reduzir os impactos negativos:
Embora o ventilador possa parecer um aliado indispensável nas noites quentes, o uso contínuo durante o sono traz riscos reais à saúde. O conforto térmico não deve vir à custa do bem-estar respiratório ou da qualidade do sono. Com pequenas mudanças de hábito e atenção ao ambiente, é possível garantir noites frescas sem comprometer a saúde.
Dormir bem é essencial — e isso começa com escolhas conscientes até nos detalhes mais simples.