Entenda a ‘treta’ entre Preta Gil e Bolsonaro que tornou a cantora alvo de ataques mesmo após sua morte

Os ataques surgiram principalmente após uma fake news viralizar nas redes sociais.
O falecimento de Preta Gil, ocorrido no domingo, 20, movimentou intensamente as redes sociais, onde seu nome voltou a figurar em meio a debates sobre sua trajetória artística, seus posicionamentos sociais e também antigos embates políticos.
Reconhecida por sua atuação em defesa da diversidade e pela firmeza com que enfrentava temas controversos, Preta deixou uma marca significativa no cenário cultural e social do país.
Um dos episódios mais lembrados após sua morte remonta a 2011, quando, ainda como deputada federal, Jair Bolsonaro respondeu de forma ofensiva a uma pergunta feita por Preta durante um quadro televisivo.
Durante uma entrevista concedida por Bolsonaro ao programa “CQC”, que era transmitido pela TV Bandeirantes, que tinha um quadro chamado “O povo quer saber”, Preta questionou como o político reagiria se um dos seus filhos tivesse um relacionamento com uma mulher negra.
“Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem-educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu”, declarou Bolsonaro na ocasião.
O episódio teve repercussões judiciais anos depois, culminando em uma condenação por danos morais. A Justiça do Rio de Janeiro determinou que Bolsonaro pagasse indenização ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, reconhecendo a gravidade do ocorrido.
Com o tempo, a cantora também foi alvo de publicações distorcidas e ofensivas nas redes sociais, principalmente durante seu tratamento de saúde iniciado em 2023.
Circulou amplamente um conteúdo falso que atribuía a ela declarações zombando da condição médica de Bolsonaro, o que reacendeu discursos de intolerância e julgamentos insensíveis por parte de alguns usuários.
Nessas postagens, a imagem de Preta foi usada para reforçar narrativas de vingança e punição moral, o que gerou indignação entre seus admiradores.Apesar das controvérsias, Preta Gil manteve firme sua postura pública contra o preconceito, lutando abertamente contra a homofobia, o racismo e a intolerância religiosa.
Declaradamente bissexual, usou sua visibilidade para apoiar pautas LGBTQIA+ e denunciar ataques dirigidos a minorias, mesmo diante de duras críticas. Preta foi uma grande ativista.
Enquanto opositores ressurgiram com velhas polêmicas, figuras políticas, como o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, manifestaram respeito e pesar pela perda, destacando a importância de Preta como símbolo de representatividade e coragem.
Sua trajetória deixa um legado que transcende a música, tornando-se referência de resistência e afirmação no Brasil contemporâneo. ainda não há informações sobre a data em que o corpo de Preta chegará ao Brasil.