Brasil de luto: Perdemos grande artista, descans… Ver mais

Na tarde desta segunda-feira, 21 de julho, o universo do pagode amanheceu mais silencioso. Fãs, amigos e familiares receberam com tristeza a notícia da morte de Douglas Souza Arruda, conhecido no cenário musical como Dodô, baterista da icônica banda Karametade. Aos 52 anos, ele perdeu a batalha contra um melanoma — um tipo agressivo de câncer de pele — deixando um legado marcado por talento, carisma e uma história profunda com a música brasileira.
Dodô não era apenas o responsável pelas batidas que embalaram multidões nos anos 90; era parte da alma de um grupo que representou uma geração. Sua presença nos palcos e bastidores sempre foi marcada pela alegria contagiante, pela simplicidade no trato com os colegas e pela paixão pelo que fazia. Segundo os que conviveram com ele, Dodô tinha uma energia rara — daquelas que não se apagam facilmente.
Quem deu voz à notícia de sua partida foi o amigo e vocalista do Karametade, Vavá, que usou suas redes sociais para prestar uma homenagem emocionada. “É com muita tristeza que anuncio a partida do nosso amigo Dodô. A luta foi grande contra um melanoma…”, escreveu. As palavras vieram carregadas de dor e saudade, refletindo não só a perda pessoal, mas também o luto coletivo de todos que, de alguma forma, foram tocados pela trajetória do músico.
Para entender o impacto dessa perda, é preciso voltar no tempo. Karametade surgiu nos anos 90 como uma das principais expressões do chamado pagode romântico. Com músicas como “Morango do Nordeste”, “Decisão” e “Procura-se um Amor”, o grupo emplacou sucessos nas paradas, marcou presenças constantes em programas de TV e arrastou multidões em shows pelo Brasil.
Dodô fez parte da formação original e contribuiu com sua musicalidade refinada para a identidade sonora do grupo. Sua bateria dava o tom para as melodias apaixonadas que embalaram histórias de amor, corações partidos e reencontros felizes. O som do Karametade era leve, acessível, mas tecnicamente preciso — e muito disso passava pelas mãos habilidosas de Dodô.
Mesmo após a fase áurea do grupo, ele seguiu envolvido com a música e manteve-se próximo aos fãs que nunca deixaram de acompanhar sua trajetória. Nos últimos anos, enfrentou com coragem o diagnóstico do melanoma. Ainda que a doença fosse implacável, Dodô nunca perdeu o brilho no olhar, segundo relatos de amigos próximos.
A morte de Dodô reacende um alerta importante sobre o melanoma — um tipo de câncer de pele que, embora menos comum do que outros, é o mais letal. A doença exige diagnóstico precoce e atenção constante a sinais como pintas irregulares, manchas que mudam de cor ou lesões que não cicatrizam.
Especialistas alertam que, no Brasil, a exposição excessiva ao sol sem proteção e a falta de acompanhamento dermatológico contribuem para o aumento de casos. A despedida de Dodô serve como um lembrete contundente da importância da prevenção e do acesso ao tratamento adequado.
Desde o anúncio da morte, as redes sociais foram tomadas por mensagens de carinho e tributos. Fãs compartilharam vídeos, lembranças de shows e palavras de consolo. Colegas da música também se manifestaram, ressaltando não apenas o talento do baterista, mas sua humildade e generosidade.
Vavá, visivelmente emocionado, descreveu Dodô como “um cara alegre, que sorria fácil, simpático e que era uma pessoa incrível”. A homenagem ecoou o sentimento de todos que conviveram com ele: mais do que um grande músico, Dodô era um ser humano especial.
Embora tenha nos deixado, Dodô permanece vivo no som que ajudou a construir. Suas batidas ainda ecoam em rádios, playlists e memórias. A morte encerra uma vida, mas não apaga a história escrita ao longo de décadas de dedicação à arte.
Neste momento de despedida, resta aos que ficam a gratidão por tudo o que ele representou. Que seu descanso seja sereno — e que, onde quer que esteja, possa ouvir o eco das palmas que ainda batem por ele.