Mulher estava presa por morte de parentes do marido.
A Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba registrou a morte de Deise Moura dos Anjos, 42 anos, principal suspeita em uma série de envenenamentos que chocou o Rio Grande do Sul. A detenta foi encontrada sem vida durante a conferência matinal desta quinta-feira.
Deise Moura dos Anjos, 42 anos, estava presa preventivamente desde 5 de janeiro. A informação foi confirmada pelo chefe de Polícia, Fernando Sodré. “Ela tinha sinais de enforcamento. Vamos apurar as circunstâncias agora”, afirma Sodré.
As circunstâncias da morte serão investigadas pela Polícia Civil em conjunto com o Instituto-Geral de Perícias. A Polícia Penal informou que, ao descobrirem a situação, os agentes prestaram os primeiros socorros e acionaram o SAMU imediatamente. A equipe médica, ao chegar no local, apenas pôde constatar o óbito da detenta, que ocupava a cela sozinha.
O caso ganhou notoriedade após um trágico episódio em Torres, quando três pessoas da mesma família morreram após consumirem um bolo supostamente envenenado com arsênio durante uma reunião familiar próxima ao Natal.
As vítimas fatais foram identificadas como Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, que sofreram parada cardiorrespiratória, enquanto Neuza Denize Silva dos Anjos faleceu em decorrência de choque pós-intoxicação alimentar.
A investigação revelou que sete pessoas participavam do encontro familiar quando começaram a apresentar sintomas de intoxicação. Entre os sobreviventes estava Zeli dos Anjos, que havia preparado o bolo em Arroio do Sal e o levou para Torres.
De acordo com o delegado Marcus Veloso, responsável pelo caso, Zeli dos Anjos, sogra da suspeita, era o principal alvo do plano de envenenamento. Curiosamente, ela foi a única pessoa que consumiu duas fatias do bolo e sobreviveu, recebendo alta hospitalar em janeiro.
As investigações se expandiram para incluir a morte do sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, marido de Zeli, ocorrida em setembro. A exumação do corpo revelou a presença de arsênio, possivelmente ingerido através de bananas e leite em pó fornecidos pela nora.
O caso expôs um elaborado plano de envenenamentos em série, onde a suspeita aparentemente visava eliminar membros da família do marido. A morte de Paulo Luiz dos Anjos inicialmente foi atribuída a uma infecção intestinal.
A descoberta do arsênio no corpo do sogro estabeleceu um padrão criminoso que ligava os dois eventos trágicos. As evidências apontaram para um método similar de envenenamento em ambos os casos.
