Qual o salário do papa? Saiba o que o líder religioso tem direito do Vaticano
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Pontífice está internado com saúde debilitada.
A humildade do Papa Francisco é amplamente reconhecida em todo o mundo, refletindo não apenas seu papel como líder da Igreja Católica, mas também sua identidade como jesuíta. Esta postura de simplicidade frequentemente levanta questionamentos sobre como funciona a vida financeira do pontífice e se ele recebe algum tipo de remuneração por suas funções no comando da Santa Sé.
Diferentemente do que muitos imaginam, o Papa não possui um salário convencional. Como membro da Companhia de Jesus, Francisco fez voto de pobreza quando ingressou na ordem religiosa, comprometendo-se a viver sem posses materiais pessoais significativas, seguindo os princípios estabelecidos pela comunidade jesuíta.
Apesar da ausência de remuneração direta, todas as necessidades do Santo Padre são integralmente atendidas pela estrutura da Igreja Católica.
Sua alimentação, residência no Vaticano, despesas com viagens internacionais e cuidados pessoais são totalmente custeados pela instituição, garantindo que o pontífice possa exercer suas funções sem preocupações materiais.
Para suas ações de caridade e auxílio a instituições sociais, o Papa tem acesso a fundos especiais mantidos pelo Vaticano, destinados exclusivamente para finalidades beneficentes.
Este mecanismo permite que Francisco realize doações e apoie projetos humanitários ao redor do mundo, sem comprometer sua postura de simplicidade pessoal.
“Quando preciso de dinheiro para comprar sapatos ou outra coisa, eu peço. Eu não tenho um salário, mas isso não me preocupa porque sei que serei alimentado de graça“, revelou o pontífice com seu característico bom humor durante uma entrevista para o documentário ‘Amém: Perguntando ao Papa’, disponível no Disney+.
A manutenção financeira do Vaticano e de seus membros provém de diversas fontes de renda cuidadosamente administradas. O turismo representa uma parcela significativa destes recursos, com milhões de visitantes pagando ingressos para conhecer os museus, basílicas e outros tesouros históricos da Cidade-Estado, gerando receitas substanciais anualmente.
As contribuições dos fiéis constituem outro pilar fundamental da economia vaticana. Donativos provenientes de católicos de todo o mundo e das igrejas subordinadas à Santa Sé são coletados pelo sistema conhecido como Óbulo de São Pedro, criado especificamente para receber e gerir doações de dioceses globais, demonstrando a capilaridade financeira da instituição.
O patrimônio acumulado ao longo dos séculos, incluindo obras de arte inestimáveis, propriedades históricas e uma sofisticada carteira de investimentos, também contribui significativamente para a saúde financeira do Vaticano.
Em 2023, a Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA) registrou um balanço de aproximadamente R$ 280 milhões, número que representa apenas uma fração do valor total dos bens da Santa Sé.
O Banco do Vaticano administra ativos estimados em 6 bilhões de dólares, embora especialistas sugiram que o patrimônio total possa ser consideravelmente maior.
Este modelo de gestão financeira não é exclusivo da Igreja Católica; outros líderes religiosos também acumulam fortunas significativas, como o brasileiro Edir Macedo, fundador da Igreja Universal, cujo patrimônio é avaliado em US$ 1,8 bilhão, incluindo propriedades e veículos de comunicação.