Policiais que morreram em megaoperação no Rio são identificados

Operação contra o CV teve início na madrugada desta terça, dia 28 de outubro
O Rio de Janeiro viveu mais um amanhecer de tensão nesta terça, dia 28 de outubro, com o som dos helicópteros sobrevoando o céu e o eco de disparos nas comunidades da Penha e do Complexo do Alemão.
A megaoperação Contenção, que mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, foi deflagrada com o objetivo de desarticular a atuação do Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do estado. Mas, antes mesmo do meio-dia, o saldo da operação já revelava o alto custo humano dessa luta: quatro policiais mortos e vários feridos.
Entre os agentes que perderam a vida estão Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, recém-promovido a chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita); Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna); e os operacionais do Bope Cleiton Serafim Gonçalves, de 40 anos, e Herbert, cujo sobrenome não foi divulgado.
Um delegado da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) também foi atingido e segue em estado gravíssimo no Hospital Estadual Getúlio Vargas. A operação, resultado de mais de um ano de investigações, tinha como meta cumprir 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão contra lideranças do tráfico que controlam 26 comunidades.
Até o momento, 81 pessoas foram presas, incluindo Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, e Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de Doca, um dos chefes da facção.
Em resposta à ofensiva policial, criminosos lançaram bombas com drones e incendiaram barricadas, enquanto outros tentavam escapar pela parte alta dos morros. Além dos agentes, três civis foram atingidos por balas perdidas, entre eles uma mulher que se exercitava em uma academia e um homem em situação de rua.
Escolas e unidades de saúde foram fechadas, e milhares de moradores ficaram sem atendimento básico. Apesar dos avanços na operação, o clima é de pesar entre os colegas das forças de segurança, que lamentam as perdas e pedem mais apoio para enfrentar o que chamam de “guerra silenciosa” travada diariamente nas favelas cariocas.




