Mãe de gari assassinado precisou ser amparada após passar mal em velório
Gari morreu nesta última segunda após empresário disparar arma contra ele
A manhã desta terça, dia 12 de agosto em Nova Contagem foi de dor profunda para a família e amigos de Laudemir de Souza Fernandes, gari de 44 anos morto a tiros enquanto trabalhava em Belo Horizonte.
Durante a cerimônia de despedida, realizada na Igreja Quadrangular, a mãe do trabalhador passou mal e precisou ser levada a um posto de saúde. Amparada por parentes, a idosa sofreu queda de pressão ao permanecer próxima ao caixão do filho, o terceiro que ela enterra ao longo da vida, segundo familiares.
Além da mãe, a esposa, enteadas e a filha de 15 anos enfrentam o luto. “Ela está sem chão”, contou uma das enteadas, descrevendo o abalo emocional que tomou conta de todos. Colegas de trabalho também compareceram para prestar homenagem, reforçando a imagem de Laudemir como um profissional dedicado e querido.
A mãe do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, morto a tiros enquanto trabalhava em Belo Horizonte, passou mal durante o velório do filho, realizado na manhã desta terça-feira (12/08) na Igreja Quadrangular, em Nova Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.… pic.twitter.com/4wV8qG1eO4
— O Tempo (@otempo) August 12, 2025
O crime aconteceu na segunda, dia 11 de agosto, no bairro Vista Alegre. Segundo a Polícia Civil, uma discussão no trânsito terminou com o suspeito, identificado como Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, sacando uma arma, ameaçando a motorista do caminhão de coleta e atirando contra Laudemir, que tentou apaziguar a situação.
O disparo atingiu a região torácica, e mesmo após ser socorrido ao Hospital Santa Rita, o gari não resistiu. Após a fuga, o suspeito foi localizado horas depois, malhando em uma academia de alto padrão no bairro Estoril, e preso em flagrante.
Ele é um empresário com longa carreira em empresas de destaque, casado com uma delegada da Polícia Civil. A corporação informou que também apura a eventual conduta da esposa diante do caso.
A Localix Serviços Ambientais, empresa para a qual Laudemir trabalhava há quase oito anos, lamentou a perda e destacou seu compromisso com o bem-estar da população. Já a Prefeitura de Belo Horizonte e a comunidade pedem justiça, ressaltando a necessidade de respeito e valorização do trabalho dos garis.
Enquanto o inquérito prossegue, o velório transformou-se não apenas em um momento de despedida, mas também em um símbolo de revolta e clamor por respostas.
