Jovem se declarou nas redes sociais antes de ser morta pelo companheiro no MT

O caso que chocou a comunidade local está sob investigação.
A violência contra mulheres continua sendo uma das principais preocupações sociais no Brasil, com números alarmantes registrados ano após ano. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023 o país registrou mais de 1.400 casos de feminicídio.
Estes números evidenciam a urgência de políticas públicas que protejam as vítimas e ofereçam mecanismos de prevenção. Muitas dessas ocorrências envolvem parceiros ou ex-companheiros, revelando a complexidade das relações afetivas marcadas por controle e possessividade.
Em Sinop, que fica a cerca de 500 quilômetros da cidade de Cuiabá, capital do estado do Mato Grosso, a fonoaudióloga Ana Paula Abreu, de 33 anos, foi morta dentro de casa com mais de 15 facadas no último domingo (24).
Dias antes do crime, a jovem havia feito uma declaração pública de amor ao namorado, Lucas Franca Rodrigues, a quem chamava de motivo de felicidade. Quatro dias depois da publicação, o mesmo homem foi preso em flagrante, apontado como autor do feminicídio.
De acordo com as investigações, após cometer o crime, Lucas entrou em contato com a irmã da vítima pelas redes sociais, confessando o ato e chegando a enviar fotos do corpo de Ana Paula.
O irmão do suspeito também relatou ter recebido mensagens semelhantes. As informações repassadas às autoridades ajudaram a localizar o homem, que foi encontrado no quarto do casal em estado de surto. Ele resistiu à prisão, dizendo não aceitar ser levado, mas acabou contido pelos policiais.
Ana Paula foi localizada por equipes do Corpo de Bombeiros já sem vida, com aproximadamente 15 a 20 perfurações pelo corpo. O caso segue em apuração pela Polícia Civil, que deve reunir laudos periciais, depoimentos de familiares e o histórico da relação entre vítima e suspeito para esclarecer os detalhes.
A morte da fonoaudióloga soma-se às estatísticas crescentes de feminicídio no país e reacende a discussão sobre a necessidade de ampliar políticas de proteção à mulher, incentivar denúncias de violência doméstica e fortalecer o acolhimento de vítimas que vivem em situações de risco.
Cada caso traz consigo não apenas a dor de uma família, mas também um alerta coletivo sobre a urgência de enfrentar a cultura de violência de gênero. Não há informações sobre o velório e sepultamento da jovem.