Identificada defensora pública que morreu durante tentativa de colocar DIU

O caso está sob investigação.
A morte repentina da defensora pública Geana Aline de Souza, de 39 anos, causou comoção no estado Roraima e levantou questões sobre os riscos envolvidos em procedimentos ginecológicos.
Geana faleceu na noite da última terça-feira em Boa Vista, vítima de uma infecção generalizada ocorrida uma semana após tentar inserir um dispositivo intrauterino (DIU). O caso, agora investigado por autoridades médicas e jurídicas, expõe a gravidade de complicações que, embora raras, podem surgir após procedimentos ambulatoriais.
No dia 18 de março, Geana foi atendida por uma médica em um consultório da capital, onde tentou realizar a colocação do DIU. O procedimento não chegou a ser concluído, e não foram divulgadas as razões para a interrupção.
Após deixar o consultório, ela começou a apresentar febre e dores. A situação se agravou ao longo dos dias, culminando em uma emergência médica no hospital Ville Roy, onde deu entrada em estado crítico, com falência de múltiplos órgãos e sinais de choque séptico com origem ginecológica.
A unidade hospitalar informou que Geana foi rapidamente submetida a uma cirurgia de emergência, sendo encaminhada à UTI. Mesmo com todos os esforços, seu quadro clínico evoluiu negativamente, levando ao óbito.
Segundo os médicos, ela já apresentava disfunções graves em órgãos como fígado, rins e sistema circulatório ao ser internada. A família relatou que a infecção começou no colo do útero e se espalhou rapidamente. A médica responsável classificou o ocorrido como uma fatalidade, afirmando que prestou toda a assistência necessária.
Em paralelo, o Ministério Público de Roraima e o Conselho Regional de Medicina abriram investigações para apurar as circunstâncias da morte. Geana atuava como defensora pública desde 2017 e presidia a Associação de Defensoras e Defensores Públicos do estado.
Reconhecida por sua dedicação e empatia, sua morte levou a Defensoria Pública de Roraima a suspender as atividades como forma de luto. O velório foi realizado na sede do órgão, e o sepultamento ocorreu no Cemitério Municipal Nossa Senhora da Conceição.
Casos como esse evidenciam a importância da vigilância sobre procedimentos médicos, mesmo os considerados de baixo risco, e reforçam a necessidade de protocolos rígidos de segurança e acompanhamento pós-atendimento para prevenir desfechos tão trágicos.