BOMBA: Brasileiros invadem redes sociais de Donald Trump e acabam d… Ver mais

Brasileiros reagiram em massa no Instagram após o ex-presidente dos EUA impor tarifa de 50% a produtos nacionais. Especialistas apontam viés político na medida; governo e setor produtivo reagem com preocupação.
Uma medida inesperada do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou uma onda de indignação no Brasil e acendeu o sinal de alerta em setores estratégicos da economia nacional. Ao anunciar tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano, Trump desencadeou uma tempestade diplomática e digital.
A decisão, revelada por meio de uma carta pública publicada nas redes sociais do político republicano, teve repercussão imediata. Milhares de brasileiros invadiram o perfil oficial de Trump no Instagram, disparando comentários em tom crítico e nacionalista. Frases como “Brasil soberano”, “Deixe o Brasil em paz” e “Nosso país não é terra sem lei” dominaram as publicações do ex-presidente. Diante da enxurrada de mensagens, Trump acabou restringindo os comentários em suas postagens — um sinal claro do incômodo causado.
A carta divulgada por Trump surpreendeu analistas internacionais não apenas pela imposição das tarifas, mas pelo tom político evidente no texto. O republicano, que volta ao centro das atenções com sua pré-candidatura às eleições de 2024, mencionou diretamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal, acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado em 2023. A referência causou estranheza e foi interpretada por especialistas como um movimento estratégico para angariar apoio de setores conservadores, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
“Não seria a primeira vez que os Estados Unidos recorrem à política tarifária como ferramenta de pressão política”, destacou o economista e Nobel de Economia Paul Krugman, em entrevista recente. Segundo ele, a decisão foge à lógica econômica tradicional e se alinha mais a interesses eleitorais e ideológicos.
Apesar das alegações de Trump de que os Estados Unidos enfrentam uma relação comercial “injusta” com o Brasil, os dados oficiais contam outra história. O superávit comercial norte-americano em relação ao Brasil tem se mantido positivo nos últimos anos, o que contraria a ideia de desequilíbrio prejudicial aos EUA.
Segundo números do Departamento de Comércio norte-americano, os EUA exportam mais ao Brasil do que importam, especialmente em setores como tecnologia, produtos farmacêuticos e equipamentos industriais. Ou seja, a retórica protecionista de Trump parece mais voltada a criar narrativas políticas do que a corrigir eventuais distorções comerciais.
No Brasil, a reação de setores produtivos foi imediata. Entidades representativas da indústria e do agronegócio manifestaram forte preocupação com as novas tarifas, que podem afetar diretamente a competitividade de produtos como aço, alumínio, celulose e commodities agrícolas.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota afirmando que a medida “pode comprometer milhares de empregos e reduzir drasticamente a receita de exportação”. Já a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) destacou os riscos de represálias comerciais e perda de mercado.
“É uma decisão que desrespeita os acordos internacionais e compromete uma relação comercial historicamente importante para os dois países”, afirmou em comunicado o presidente da CNA.
O governo brasileiro também se manifestou. Durante evento oficial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o país “não aceitará ser tutelado por ninguém” e reforçou o compromisso com a soberania nacional. “O Brasil é um país soberano, democrático, e qualquer tentativa de intimidação será enfrentada com firmeza”, disse Lula.
Fontes do Itamaraty confirmaram que o governo estuda medidas diplomáticas para rebater a decisão de Trump, incluindo a possibilidade de recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, diplomatas brasileiros já iniciaram conversas com autoridades dos EUA para tentar reverter ou suavizar o impacto das tarifas.
Embora o impacto econômico das tarifas seja motivo de preocupação real, analistas políticos observam que o gesto de Trump também tem objetivos internos claros. Em meio à disputa interna do Partido Republicano e buscando consolidar sua base mais radical, o ex-presidente tenta reposicionar sua imagem como defensor intransigente dos interesses americanos — ainda que isso custe tensões com aliados estratégicos.
Para o Brasil, o episódio reforça a importância de diversificar parceiros comerciais e reduzir a dependência de mercados voláteis. Ao mesmo tempo, escancara como decisões externas podem afetar profundamente a economia nacional — e como a mobilização da sociedade, inclusive nas redes sociais, pode fazer eco em debates internacionais.