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Aluno autista de 9 anos sofre abuso com molho de pimenta em escola; “Professora que…Ver mais

Uma denúncia de maus-tratos contra uma criança autista de apenas nove anos vem causando indignação nos Estados Unidos. O caso aconteceu na escola J.C. Nalle, localizada em Washington, D.C., e envolve um episódio cruel: uma auxiliar de ensino teria colocado molho de pimenta na boca do aluno, identificado apenas como David, como forma de castigo

O menino, que é autista e não-verbal, não tem capacidade de se comunicar verbalmente — o que torna o caso ainda mais grave. Segundo o boletim de ocorrência, a agressora afirmou que o garoto “merecia a punição”, justificando o ato como uma suposta medida disciplinar.

A violência só foi descoberta porque uma professora presenciou a cena e denunciou imediatamente à direção da escola.

Uma vítima em condição extrema de vulnerabilidade

David é um exemplo claro de como a vulnerabilidade de uma criança com deficiência pode ser explorada em ambientes que deveriam protegê-la.

Por não conseguir relatar o que acontece, ele depende inteiramente dos adultos para garantir sua segurança e bem-estar.

A mãe do menino, Shanice Griggs, vinha denunciando sinais de agressões desde o início do ano letivo. Ela relatou à escola uma sequência de machucados inexplicáveis — arranhões, hematomas na testa, lábios feridos, marcas nos braços e ombros.

Apenas dois dias antes do episódio com o molho de pimenta, Shanice havia se reunido com a direção da escola para registrar formalmente as queixas e cobrar providências.

Mesmo assim, o caso se agravou. “Não estou dizendo que meu filho é perfeito, mas ele não merece isso”, desabafou a mãe em entrevista ao Washington Post, visivelmente abalada.

A reação da escola e o avanço das investigações

Após a denúncia, a escola J.C. Nalle confirmou o incidente e anunciou que a auxiliar foi afastada imediatamente com licença administrativa. A instituição também informou que abriu uma investigação interna, enquanto o caso foi encaminhado à polícia e à agência de serviços sociais de Washington.

A direção prometeu “total colaboração” com as autoridades, mas a família do menino afirma que o apoio chegou tarde. “Eles só agiram depois que o caso se tornou público”, disse um familiar que preferiu não se identificar. O clima entre os pais de outros alunos é de revolta, e grupos comunitários locais exigem medidas mais rígidas de proteção a estudantes com deficiência.

Reflexos e debate nacional

A repercussão do caso reacendeu o debate sobre a falta de preparo de profissionais que trabalham com crianças neurodivergentes. Especialistas ouvidos pela rede NBC Washington afirmam que episódios como esse são mais comuns do que se imagina, especialmente em escolas públicas com falta de treinamento e supervisão adequada.

Nos Estados Unidos, leis federais garantem proteção reforçada a alunos com deficiência, incluindo o direito a acompanhamento especializado. Porém, casos como o de David mostram que, na prática, muitas instituições ainda falham em aplicar essas normas.

Enquanto a investigação segue, Shanice Griggs tenta garantir que o filho receba apoio psicológico e acompanhamento médico.

“Meu filho confia em adultos para cuidar dele. E um deles o machucou da pior forma possível”, lamentou.

O caso continua sob apuração das autoridades de Washington, e a expectativa é de que novas medidas sejam anunciadas nos próximos dias. A história de David, infelizmente, virou símbolo de uma realidade que ainda precisa mudar: a vulnerabilidade invisível das crianças que não têm voz para pedir socorro.

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