Van escolar capota e infelizmente a filhinha da nossa querida… Ver mais

Um trágico acidente ocorrido na manhã de terça-feira, 5 de agosto, em Ipameri, no interior de Goiás, interrompeu de forma brutal a vida de Celina Victoria Frões Muniz Goes, de apenas 9 anos. A menina, que retornava da escola em uma van escolar, morreu após o veículo capotar em uma estrada vicinal da zona rural conhecida como Mata do Calixto. A fatalidade comoveu a população local e trouxe à tona a urgência de reavaliar as condições do transporte escolar em áreas rurais, frequentemente negligenciadas pelas autoridades públicas.
Celina era aluna da Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima e, como de costume, voltava para casa após mais um dia de aula. O trajeto, que deveria durar pouco mais de 40 minutos até alcançar a rodovia asfaltada mais próxima, terminou em tragédia. A van, que levava cinco crianças e o motorista, capotou a cerca de 35 km da zona urbana. O impacto foi tão severo que Celina ficou presa sob o veículo e não resistiu aos ferimentos, morrendo ainda no local.
O acidente também deixou feridos. Um dos irmãos de Celina, que estava na van, sofreu ferimentos no pé, enquanto outras crianças foram atendidas com escoriações leves. O motorista, credenciado como prestador de serviço autônomo para transporte escolar rural, sofreu uma escoriação nas costas, mas recusou atendimento médico. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, foi ele quem retirou Celina debaixo do veículo, já sem vida, logo após o capotamento. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as causas do acidente, mas o condutor ainda não prestou depoimento por estar em estado emocional abalado.
A Prefeitura de Ipameri decretou luto oficial de três dias e suspendeu temporariamente as aulas na escola onde Celina estudava. Professores, funcionários, colegas e o secretário municipal de Educação estiveram presentes no velório, realizado na cidade vizinha de Caldas Novas. A dor compartilhada por todos os que conviveram com a menina foi expressa em gestos de solidariedade e homenagens que tomaram conta da comunidade escolar.
Celina era descrita por educadores como uma aluna dedicada, sensível e carinhosa, que sempre demonstrava alegria em aprender. Seu nome agora ecoa como símbolo da vulnerabilidade de milhares de crianças que dependem do transporte escolar em áreas rurais, onde estradas mal conservadas, falta de fiscalização e veículos adaptados de forma precária colocam vidas em risco diariamente. Especialistas em segurança viária alertam que, embora acidentes como esse sejam evitáveis, eles continuam ocorrendo por falhas estruturais e falta de investimento em transporte público escolar de qualidade.
Este não é um caso isolado. Dados do Observatório Nacional de Segurança Viária mostram que acidentes com transporte escolar em regiões rurais aumentaram nos últimos anos, especialmente em municípios do interior do país. A combinação entre más condições das estradas, falta de manutenção dos veículos e ausência de monitoramento rigoroso dos motoristas cria um cenário alarmante que exige ação imediata por parte do poder público. O luto por Celina não pode se encerrar sem que haja mudanças concretas e fiscalização eficiente.
A dor da perda de uma criança jamais será amenizada por palavras. Mas a memória de Celina pode — e deve — servir como um chamado coletivo para que a segurança dos alunos seja prioridade absoluta em todas as esferas da gestão pública. O transporte escolar precisa deixar de ser tratado como um serviço secundário. Ele carrega diariamente o que há de mais precioso em uma sociedade: seus futuros cidadãos. E esses pequenos passageiros merecem mais do que apenas chegar em casa. Merecem chegar com segurança, dignidade e o respeito que toda vida exige.