Trump se pronuncia após reunião com Lula que aconteceu por videoconferência

Lula falou com o presidente dos EUA sobre o tarifaço.
A relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos parece entrar em uma nova fase de diálogo direto após a conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano Donald Trump, realizada na manhã desta segunda-feira (6).
O contato, que durou cerca de 30 minutos, teve como pauta central as tarifas de 50% aplicadas pela Casa Branca a produtos brasileiros, tema que vem gerando tensão comercial entre os dois países.
Segundo informações do governo brasileiro, Lula solicitou a retirada das sobretaxas e o fim de sanções aplicadas a autoridades do país. Trump, por sua vez, demonstrou satisfação com a conversa, destacando que o diálogo foi produtivo e que enxerga boas perspectivas para a relação entre as duas nações.
Em publicação nas redes sociais, o republicano afirmou ter apreciado o tom da conversa e antecipou que novos encontros presenciais deverão ocorrer em breve, tanto em território americano quanto no Brasil.
O encontro direto entre os presidentes pode acontecer em uma das próximas agendas internacionais, entre elas a Cúpula da ASEAN, na Malásia, a Conferência do Clima (COP30), em Belém, ou ainda durante uma visita oficial de Lula aos Estados Unidos.
Essa movimentação é vista como um sinal de aproximação após meses de distanciamento político e de tensões comerciais. A boa relação entre os dois líderes começou a se desenhar no final de setembro, quando se encontraram brevemente durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
Na ocasião, trocaram um abraço e concordaram em abrir uma frente de negociação sobre o tema das tarifas. Para conduzir as conversas de forma técnica e diplomática, Lula designou o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Do lado americano, o interlocutor designado por Trump será o secretário de Estado, Marco Rubio. O gesto é interpretado por analistas como uma tentativa de reconstruir pontes e reforçar a cooperação econômica entre as duas maiores economias do continente.