Tristeza e dor: Mãe, avó e filha são encontradas m0rt4s dentro d… Ver mais

A madrugada da última sexta-feira, 25 de julho, ficará para sempre marcada na memória dos moradores de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Uma tragédia sem precedentes chocou a cidade e deixou o país consternado: um acidente causado por um caminhoneiro embriagado ceifou a vida de três gerações da mesma família — mãe, filha e neta — e transformou completamente a vida de um pai, que agora enfrenta a dor inimaginável da perda e a luta pela recuperação dos dois filhos sobreviventes.
Kainan Kelvin Carvalho, de 27 anos, é mecânico e apaixonado por carros antigos. Durante meses, dedicou tempo, esforço e amor na restauração de um Ford Landau, modelo clássico que simbolizava não apenas um projeto pessoal, mas um sonho compartilhado com sua esposa e filhos. O veículo estava finalmente pronto para ser apresentado em uma vistoria em Joinville. Para comemorar o feito, Kainan decidiu fazer da viagem até o norte do estado um momento em família.
No carro estavam sua esposa, Gabriela de Souza, de 36 anos, sua sogra Marizete, de 60 anos, e os três filhos do casal — os gêmeos de cinco anos, Sofia e sua irmã, além do caçula. O que deveria ser uma celebração virou um pesadelo irreversível no quilômetro 102 da BR-470, no município de Apiúna.
Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, um caminhão invadiu a pista contrária e colidiu de frente com o Landau. A força do impacto foi devastadora. Gabriela, Marizete e a pequena Sofia morreram na hora. Kainan ficou ferido, mas consciente. As outras duas crianças foram socorridas em estado grave e continuam internadas, lutando pela vida.
O mais revoltante é o que veio à tona logo após o acidente: o caminhoneiro responsável pela colisão estava embriagado. O teste do bafômetro registrou 0,94 miligramas de álcool por litro de ar expelido — quase três vezes acima do limite permitido por lei. Uma escolha irresponsável e criminosa que destruiu uma família inteira em segundos.
A notícia rapidamente se espalhou pela cidade de Rio do Sul, onde a comoção tomou conta de todos. Nas redes sociais, em escolas e estabelecimentos locais, amigos e desconhecidos se uniram em homenagens e mensagens de apoio. “Não existem palavras para descrever a dor que sentimos”, escreveu uma professora da escola onde os gêmeos estudavam. Uma corrente de solidariedade se formou, com arrecadações para ajudar nos custos hospitalares e no apoio à família.
Enquanto isso, as investigações seguem. O motorista do caminhão foi detido em flagrante por homicídio culposo com agravante por embriaguez ao volante. A expectativa é que ele responda também por tentativa de homicídio em relação às crianças que sobreviveram. A sociedade cobra justiça, mas nenhuma punição será capaz de reparar a dor deixada para trás.
Kainan, agora viúvo, pai e pilar emocional de dois filhos gravemente feridos, tenta encontrar forças onde mal sobrou chão. Amigos próximos relatam que ele está em choque, mas determinado a se manter firme pelos filhos. “Ele perdeu tudo em uma madrugada. Só o amor por seus filhos pode sustentá-lo agora”, disse um amigo da família.
A tragédia traz à tona um problema antigo e persistente nas estradas brasileiras: a combinação entre álcool e direção. Mesmo com leis severas e campanhas de conscientização, muitos motoristas ainda desrespeitam a vida alheia com atitudes criminosas. O caso de Kainan é mais uma prova dolorosa de que a impunidade e a imprudência continuam fazendo vítimas.
Enquanto Rio do Sul se veste de luto, o país assiste, mais uma vez, à repetição de um roteiro trágico. Uma família destruída, uma cidade em prantos e um pai tentando transformar sua dor em força para seguir em frente. Que a história de Kainan e sua família não seja apenas mais uma entre tantas, mas um alerta urgente: dirigir embriagado não é erro — é crime com consequências irreversíveis