Silêncio digital: Justiça impõe sérias restrições a Bolsonaro e proíbe redes sociais

Policia Federal cumpre mandado contra ex-presidente na manhã desta sexta, dia 18 de julho
As redes sociais, hoje, exercem um poder considerável sobre a opinião pública e a dinâmica política nacional. Utilizadas como ferramenta direta de comunicação por figuras públicas, essas plataformas também se tornaram alvo da Justiça quando o discurso ultrapassa os limites legais.
Foi nesse contexto que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu uma ordem judicial para se manter afastado do ambiente digital, como parte de uma série de medidas cautelares impostas nesta sexta, dia 18 de julho.
A decisão é resultado de uma investigação em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), que apura suspeitas de obstrução de justiça, tentativa de influenciar depoimentos e atos considerados ofensivos à soberania nacional.
As buscas da Polícia Federal foram autorizadas pelo relator do caso e atingiram não apenas a residência do ex-presidente, em Brasília, mas também endereços ligados ao Partido Liberal (PL), sigla pela qual ele concorreu nas últimas eleições.
Além da proibição de uso de redes sociais, Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica e obedecer a um toque de recolher domiciliar, ficando proibido de sair de casa entre 19h e 7h. Outro ponto relevante da decisão é a vedação de contato com outros investigados, inclusive seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, e com diplomatas ou embaixadores.
Ele também está impedido de visitar ou manter qualquer comunicação com representações estrangeiras. A defesa do ex-presidente reagiu com veemência, classificando as medidas como “severas” e afirmando que a decisão foi recebida com “surpresa e indignação”.
A equipe jurídica declarou ainda que Bolsonaro sempre colaborou com a Justiça e que apresentará os devidos esclarecimentos assim que tiver acesso completo aos autos. O caso reforça a crescente atenção do Judiciário sobre o papel das redes na política e marca mais um capítulo relevante na trajetória pública de Jair Bolsonaro.