Secretário de Trump anuncia revogação de visto de Moraes, familiares e ministros do STF nos EUA

Anúncio acontece no mesmo dia que Bolsonaro foi proibido de usar redes sociais por Moraes
Nas últimas semanas, o cenário político internacional testemunhou um aumento incomum na tensão entre o governo norte-americano, liderado por Donald Trump, e membros do Supremo Tribunal Federal brasileiro.
O que antes eram trocas de críticas indiretas nas redes sociais e discursos agora evoluiu para medidas concretas com impacto diplomático direto, um reflexo da crescente influência política internacional sobre decisões domésticas brasileiras.
Nesta sexta, dia 18 de julho, o secretário de Estado norte-americano, sob gestão de Trump, anunciou a revogação imediata do visto americano do ministro Alexandre de Moraes e de seus “aliados no tribunal”, além de familiares próximos.
A medida foi divulgada pelo senador republicano Marco Rubio, figura próxima do ex-presidente norte-americano, por meio de uma publicação na plataforma X (antigo Twitter). A justificativa, segundo Rubio, é o que chamou de “perseguição política” promovida por Moraes contra Jair Bolsonaro.
De acordo com ele, a conduta do ministro viola “liberdades básicas” e teria ultrapassado fronteiras nacionais, afetando inclusive cidadãos americanos, embora não tenha citado nomes ou exemplos concretos. A lista de quais ministros ou familiares seriam afetados pela medida ainda não foi divulgada oficialmente.
A decisão ocorreu no mesmo dia em que Alexandre de Moraes determinou que Bolsonaro passasse a usar tornozeleira eletrônica, além de impor restrições severas, como recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com outros investigados ou representantes estrangeiros.
O ex-presidente classificou a medida como “suprema humilhação”. Nas redes, a repercussão foi imediata. O deputado Eduardo Bolsonaro, atualmente morando nos Estados Unidos, agradeceu publicamente a Trump e Rubio, e ironizou a restrição, lembrando que ele também está impedido de ver o pai por decisão do STF.
Apesar do endurecimento, especialistas destacam que a medida norte-americana não configura aplicação da Lei Magnitsky, legislação usada para punir violações de direitos humanos, mas levanta sinais claros de que a disputa política entre Brasil e EUA pode ganhar novos capítulos.