Mãe de menino morto pelo pai no RS fala dos últimos momentos que teve com filho

O crime chocou o Rio Grande do Sul e comoveu o país.
O clima é de profunda comoção na cidade de São Gabriel, no Rio Grande do Sul, após o assassinato do pequeno Théo Ricardo Felber, de apenas cinco anos, jogado de uma ponte pelo próprio pai, Tiago Ricardo Felber, de 40 anos.
O crime, que aconteceu na última terça-feira, chocou o país pela frieza com que foi executado e pela dor irreparável deixada na família da vítima. Nesta quarta-feira, a mãe da criança, Abigail Luisa Ferreira Felber, de 30 anos, falou pela primeira vez após prestar depoimento à polícia e comparecer ao Instituto Médico Legal de Santa Maria para buscar o corpo do filho.
Visivelmente abalada, Abigail agradeceu o apoio de amigos e familiares e expressou a dor de uma mãe diante de uma tragédia inimaginável. Ela relatou que só tomou conhecimento da extensão do crime por meio da imprensa, quando já havia imagens dos policiais na ponte onde ocorreu o ato violento.
Segundo ela, os detalhes chegaram a seu conhecimento apenas após os fatos ganharem repercussão, o que aumentou o impacto emocional. A última vez que viu o filho foi no último sábado (21), dia anterior ao crime, quando o menino, animado, se preparava para passar o fim de semana com o pai em Novo Hamburgo, no aniversário de Tiago.
A expectativa do garoto era grande, e Abigail permitiu a visita com a intenção de vê-lo feliz. Para ela, Tiago jamais demonstrou sinais de que poderia cometer um ato de tamanha brutalidade, sendo considerado por muitos, até então, um pai presente.
Contudo, após o ocorrido, ela afirma que a imagem que tinha dele foi destruída, descrevendo-o como um monstro e demonstrando total incredulidade diante da crueldade praticada.
A investigação revelou que Tiago já havia tentado matar o filho um dia antes, e, sem sucesso, voltou ao plano na manhã de terça-feira. Transportou a criança dentro de uma caixa até o Rio Vacacaí, e a lançou da ponte.
A queda em pedras resultou na morte do menino, que não teve chance de defesa. A motivação apontada seria uma vingança contra a ex-companheira, num contexto que expõe os riscos de violência decorrentes de relações familiares rompidas e não resolvidas.
O corpo de Théo foi encaminhado para sepultamento, enquanto a cidade tenta lidar com o impacto emocional de um crime que destruiu uma família e levantou alertas sobre a importância de prevenir tragédias desse tipo.
A justiça seguirá seu curso, mas para a mãe, amigos e familiares, resta agora o luto e a busca por forças para enfrentar uma dor que não se apaga. O caso se soma a tantos outros que ressaltam a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes na proteção à infância e no monitoramento de situações familiares potencialmente perigosas.