Francisco Cuoco lutou contra depressão, dificuldade para andar e partiu sem realizar seu último desejo

Francisco Cuoco, ator icônico e figura proeminente na história das telenovelas brasileiras, faleceu em 19 de junho, aos 91 anos, após 20 dias de internação no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ao longo de uma carreira que abrangeu diversas gerações, Cuoco se estabeleceu como um dos principais galãs e protagonistas da televisão. Seu último papel fixo em novelas foi em Sol Nascente (2016), e ele fez sua derradeira aparição pública em junho deste ano, em uma homenagem no programa Tributo da Globo.
Com origens humildes, Cuoco auxiliou inicialmente o pai em feiras antes de abandonar a faculdade de Direito para seguir a paixão pela atuação. Ele estreou na televisão em 1957, no Grande Teatro Tupi, e alcançou grande reconhecimento na década de 1970, notadamente em Selva de Pedra (1972), ao lado de Regina Duarte. Seu talento e carisma foram evidentes em inúmeras produções de sucesso, incluindo Pecado Capital, O Astro, O Outro, Deus nos Acuda, Da Cor do Pecado e América, firmando-o como um dos grandes nomes da dramaturgia nacional.
Nos últimos anos de sua vida, Cuoco enfrentou sérios problemas de saúde, incluindo uma batalha pública contra a depressão, que se intensificou durante o período da pandemia. Em uma entrevista a Pedro Bial em 2021, ele compartilhou sua recuperação gradual, afirmando: “Devagarinho, com ajuda dos filhos, eu fui me recuperando”.
O ator também mencionou dificuldades de mobilidade, dizendo: “Eu comecei a mancar. Tenho uma dificuldade de locomoção”. Apesar dos desafios, Cuoco mantinha a esperança de retornar às telenovelas, expressando: “Acho que ainda tenho o vigor pra isso”. Contudo, esse desejo, infelizmente, não pôde ser realizado.
Nos últimos meses, a saúde de Cuoco piorou significativamente. Residente com sua irmã e recebendo cuidados constantes, o ator enfrentava severas limitações físicas, incluindo um ferimento que evoluiu para uma infecção. Apesar de tais adversidades, ele manteve sua lucidez e a profunda afeição por sua profissão. “Eu não senti a passagem do tempo, porque eu sempre trabalhei muito”, declarou emocionado durante sua última homenagem.