Filho mais velho de Renato Aragão faz emocionante relato: ‘roubaram meu pai’
Paulo é um dos cinco herdeiros do comediante, que é bastante querido no Brasil.
Em uma reveladora homenagem transmitida pela TV Globo, Paulo Aragão, primogênito do icônico humorista Renato Aragão, compartilhou memórias íntimas sobre a vida familiar antes e depois da fama de seu pai. O programa, que foi ao ar logo após o aniversário de 90 anos do artista, trouxe à tona aspectos desconhecidos da personalidade do homem que se tornaria um dos maiores nomes do humor brasileiro.
A família Aragão, mais numerosa do que muitos imaginam, inclui cinco filhos de diferentes relacionamentos. Paulo, Ricardo, Renato Júnior e Juliana são frutos do casamento com Marta Rangel, enquanto Lívian, a caçula nascida em 1999, é filha do atual casamento com Lilian, formando uma dinastia que atravessa gerações do entretenimento brasileiro.
Em casa, longe dos holofotes, emergia uma personalidade surpreendentemente diferente daquela vista nas telas. “Como você sabe, muitos humoristas — e o Renato Aragão não é diferente dos outros — são pessoas geralmente muito sérias, são muito introvertidas”, revelou Paulo, descrevendo um pai reservado que apenas se soltava em momentos de intimidade familiar.
A paixão pelo cinema moldou profundamente a trajetória artística de Renato. Durante sua juventude em Sobral, Ceará, ele aproveitava o privilégio de ter um tio proprietário de cinema para assistir repetidamente aos filmes de seus ídolos, Charlie Chaplin e Oscarito, cultivando assim as sementes de sua futura carreira no entretenimento.
O talento para o humor, segundo Paulo, tem raízes profundas na família, especialmente através de Dona Dinorá, mãe de Renato. Ela própria era conhecida por sua natureza cômica, embora não conseguisse contar piadas sem sucumbir ao riso antes do final, característica que seu filho posteriormente transformaria em arte.
Com a chegada do sucesso televisivo, a dinâmica familiar sofreu transformações significativas. O filho mais velho recorda com um misto de humor e nostalgia como a fama “roubou” seu pai do convívio diário, deixando apenas as segundas-feiras como momento de encontro familiar. “Roubaram o meu pai (risos). O sucesso era muito grande, então a gente não via o meu pai. Mas tinha um dia, segunda-feira, que ele tinha folga pra escrever”, revelou.
Nesses preciosos dias de folga, Renato criava rituais especiais com os filhos. Após concluir suas obrigações de roteirista, preparava guloseimas caseiras – desde picolés de abacate até laranjas descascadas com esmero – para compartilhar com os filhos durante sessões de cinema noturnas em casa.
Essas memórias revelam um Renato Aragão muito além do personagem Didi, mostrando um homem dedicado à família mesmo em meio ao turbilhão da fama. São histórias que humanizam o ícone e demonstram como, mesmo com uma carreira extraordinária, manteve vivos os laços familiares através de pequenos, mas significativos gestos de afeto.