Diante do caixão, atitude do filho de Preta Gil deixa todos em choque, quando ele… Ver mais

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro amanheceu coberto de flores, lágrimas e aplausos nesta sexta-feira (25), em um emocionante velório aberto ao público para prestar as últimas homenagens a Preta Gil. A cantora, atriz e figura influente da cultura brasileira morreu aos 50 anos no último domingo (20), em Nova York, após enfrentar com coragem e dignidade uma dura batalha contra um câncer colorretal.
Logo cedo, familiares, fãs e amigos formavam longas filas na esperança de se despedir da artista que marcou uma geração com sua voz potente, autenticidade e postura combativa. Entre os primeiros a chegar estava Francisco Gil, conhecido como Fran, único filho da cantora e fruto do relacionamento com o ator Otávio Müller. Com semblante emocionado, ele recebeu o carinho do público e dos amigos que chegavam para prestar solidariedade.
Preta, filha do cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil e da empresária Sandra Gadelha, foi diagnosticada com câncer em janeiro de 2023. Desde então, compartilhou abertamente com seus seguidores as etapas do tratamento, os desafios enfrentados e a força que encontrava na fé, na música e no amor da família. Sua trajetória de luta inspirou milhares de pessoas em todo o país.
Apesar de diversas internações, cirurgias e tratamentos intensivos, em dezembro de 2023 Preta chegou a anunciar o fim da quimioterapia e o início da reabilitação. A notícia trouxe alívio e esperança aos fãs. No entanto, em agosto de 2024, ela revelou que o câncer havia retornado com metástase. Com a transparência que sempre a caracterizou, dividiu cada passo da nova fase do tratamento com seus seguidores, mantendo a postura combativa que marcou sua vida pessoal e artística.
Em maio de 2025, Preta embarcou para os Estados Unidos em busca de uma nova alternativa terapêutica. Participou de um tratamento experimental, cercada pelo carinho de amigos, familiares e de uma legião de fãs que, mesmo à distância, mantinham a esperança de sua recuperação. Até os últimos dias, a artista seguiu lutando com bravura — símbolo de força e resiliência.
A cerimônia de despedida no Theatro Municipal foi marcada por comoção, homenagens e muita música — como Preta certamente teria desejado. Clássicos de sua carreira tocaram em um ambiente de respeito, onde cada gesto, flor e lágrima expressavam o tamanho do amor que ela conquistou ao longo de décadas de carreira.
Após a despedida pública, marcada para encerrar às 13h, o espaço foi reservado apenas para familiares e amigos próximos. Entre os nomes confirmados estavam artistas, políticos, produtores culturais e personalidades que, além de colegas, foram companheiros de jornada da cantora. O corpo de Preta Gil será cremado em cerimônia reservada, conforme desejo manifestado pela própria artista.
Preta Gil deixa um legado poderoso. Mais do que uma cantora de talento inquestionável, foi uma mulher que rompeu barreiras, desafiou padrões e defendeu causas com coragem. Engajada em pautas sociais, como a luta contra o racismo, a gordofobia e a homofobia, ela usou sua visibilidade para amplificar vozes e abrir caminhos para muitas outras mulheres negras, artistas e ativistas.
Além da carreira musical — que inclui sucessos como Sinais de Fogo e Stereo —, Preta também brilhou como atriz e apresentadora. Carismática e irreverente, era figura constante em programas de TV, palcos e redes sociais, onde acumulava milhões de seguidores.
Ela deixa um filho, Francisco Gil, e uma neta, Sol de Maria, frutos de uma história familiar que sempre foi parte central da sua vida. A relação próxima com os pais, irmãos e amigos era frequentemente celebrada em suas redes, revelando uma mulher que, mesmo diante dos holofotes, nunca abriu mão de suas raízes e afetos.
O Brasil se despede de uma estrela que brilhou com intensidade, espalhou amor e ensinou que viver plenamente é, também, um ato de resistência. O legado de Preta Gil transcende a música. É um chamado à liberdade, à autenticidade e ao amor sem medida.