Dom Damasceno foi elevado ao cardinalato em 2012 pelo Papa Bento XVI, algo que marcou sua trajetória. Entre 2004 e 2017, esteve à frente da Arquidiocese de Aparecida, coração da devoção mariana no Brasil, onde coordenou eventos históricos, como a visita de Bento XVI em 2007 e a Jornada Mundial da Juventude de 2013, com a presença do próprio Francisco.
Sua gestão incluiu a criação de santuários importantes e a organização das comemorações dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, o que reforçou o seu vínculo e esforço com a cultura religiosa brasileira. Após isso, conquistou importantes cargos como religioso.
Além disso, presidiu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), posições que o projetaram como mediador entre a Santa Sé e as demandas do continente.
Em 2019, o Papa Francisco o nomeou Comissário Pontifício dos Arautos do Evangelho, grupo religioso que passava por ajustes doutrinários, destacando sua reputação como reformista prudente.
Apesar da experiência, sua idade avançada é um obstáculo em um contexto em que a Igreja busca renovação. O último papa eleito com mais de 80 anos foi Clemente XII, em 1730.
Dom Damasceno, no entanto, simboliza a ponte entre tradição e modernidade: defensor da ortodoxia, mas com histórico de diálogo com movimentos sociais, o que o alinha parcialmente ao legado de Francisco.
Fora das funções eclesiásticas, Dom Damasceno integra a Academia Brasiliense de Letras desde 2003, refletindo seus outros talentos. Sua produção literária e teológica é reconhecida por unir rigor doutrinal e acessibilidade, característica que poderia atrair cardeais em busca de um líder equilibrado.
Enquanto o Vaticano se prepara para o conclave, analistas ponderam se os cardeais optarão por um nome de transição, como Dom Damasceno, ou por um pontífice mais jovem, capaz de liderar reformas de longo prazo. Seu perfil considerado como conciliador e raízes latino-americanas, contudo, mantêm seu nome na lista de possíveis candidatos ao trono de São Pedro.
