Bolsonaro faz duro desabafo sobre possível prisão: ‘Me matam em 30 dias’

Em meio ao avanço das investigações sobre uma suposta tentativa de anular o resultado das eleições de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar publicamente que teme por sua vida caso venha a ser preso.
Durante participação no podcast Inteligência Ltda, nesta segunda-feira (24), ele declarou não ter dúvidas de que seria morto em até 30 dias se estivesse sob custódia, mencionando que sua prisão provocaria diferentes reações entre a população, desde indignação até comemorações.
A fala ocorre na véspera da análise, pelo Supremo Tribunal Federal, da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, que pode transformar Bolsonaro e mais sete aliados em réus por envolvimento em uma suposta trama golpista.
Bolsonaro associou a possível tentativa de assassinato ao que chamou de “interesses em eliminá-lo”, sustentando que sua presença na prisão representaria uma ameaça e geraria desconforto para determinados setores.
Essa não é a primeira vez que ele expressa tal preocupação. Em outra entrevista recente, concedida ao podcast Flow no dia 14 de março, o ex-presidente alegou que, se for preso, teme ser envenenado.
Na ocasião, também mencionou o atentado a faca que sofreu em 2018, classificando sua sobrevivência como um milagre, e comparou sua trajetória à de Donald Trump, citando o episódio do atentado sofrido pelo ex-presidente americano.
As falas reforçam uma retórica de perseguição que Bolsonaro tem adotado em suas declarações públicas, especialmente em momentos de maior pressão judicial.
Ele alega que sua prisão não seria apenas uma medida legal, mas parte de um plano para eliminá-lo, por representar uma figura política incômoda. Na visão do ex-presidente, sua morte seria mais conveniente para os adversários do que um longo processo jurídico.
O cenário de instabilidade política e os desdobramentos das investigações colocam Bolsonaro no centro de uma nova crise. O STF analisa as provas reunidas pela PGR sobre o suposto envolvimento dele em ações antidemocráticas, o que pode intensificar os desafios jurídicos que ele e seus aliados enfrentam.
Em paralelo, o ex-presidente continua tentando manter sua base mobilizada, se colocando como vítima de perseguição e como símbolo de resistência política.
Esse discurso de risco à vida, ainda que controverso, pode ter como objetivo reforçar a imagem de mártir entre seus apoiadores e ampliar o apelo emocional em torno de sua figura.
Ao mesmo tempo, provoca reações intensas no meio político e jurídico, elevando a tensão em um momento decisivo para o futuro do ex-mandatário. O julgamento do ex-presidente começa no dia 25 de março de 2025.