Vítima de violência doméstica, mulher procura a delegacia e acaba presa ao ser confundida com foragida
Vítima agora pretende processar o estado.
Débora Cristina da Silva Damasceno, de 42 anos, diarista e moradora de Petrópolis (RJ), viveu dias de pavor e desespero desde domingo (16/03). Naquele dia, após ter sido agredida pelo marido, ela procurou a polícia.
Na delegacia para denunciar as agressões, Débora foi confundida e recebeu voz de prisão. Segundo as informações sobre o caso, a polícia confundiu a diarista com uma traficante alvo de mandado de prisão. O erro teria sido causado pela similaridade dos nomes.
Ao perceber que estava sendo presa, Débora tentou argumentar com os policiais mas não foi ouvida. A diarista, que apenas queria denunciar o marido abusivo, acabou no presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio.
“Eu já me senti impotente de tudo. Eu falei que era inocente, não acreditaram em mim. Eu pedi para ver de novo, não olharam. Estou me sentindo totalmente vulnerável”, desabafou ao ser ouvida pela Band.
O erro, no entanto, não foi simplesmente da polícia civil, mas sim da Justiça de Minas Gerais. Isso porque o alvo do mandado de prisão era, na verdade, Débora Cristina Damasceno, oito anos mais nova que a diarista.
No entanto, o mandado de prisão foi lançado no sistema no nome de Débora Cristina da Silva Damasceno, com todos os seus demais dados, como nome dos pais e idade. A diarista é nascida em Nova Iguaçu, nunca sequer esteve no estado de Minas.
Debora ficou presa por 3 dias, sem saber se conseguiria ter seu caso revista. Felizmente, na audiência de custódia, a Justiça admitiu que havia cometido um erro e determinou a soltura da vítima.
A mulher agora pensa em processar o estado. O boletim de ocorrência contra o marido foi concluído e ela teve uma medida protetiva emitida em seu favor, mas afirma ter perdido a confiança no sistema jurídico brasileiro.
“Se eu for à delegacia, será que eu vou ser acusada de morte? Ou de roubo, ou de outra coisa? O que será que vai acontecer?”, questionou a vítima.
