Avião cai em Roraima e não deixa sobreviventes

A aeronave sofreu uma queda e o piloto não resistiu em Roraima. Mais detalhes foram expostos.
Um acidente aéreo ocorrido na última terça-feira, dia 15 de abril, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, resultou na morte do piloto Guilherme Augusto Neves Santana, de 30 anos, e do garimpeiro Raimundo do Nascimento Souza, de 50. O episódio foi comunicado à Polícia Civil pela irmã de Raimundo, de 42 anos, que registrou o boletim de ocorrência.
Segundo o relato da familiar, Raimundo atuava em uma área de garimpo ilegal na região do Parima e retornava à capital quando a aeronave, pilotada por Guilherme, caiu em circunstâncias ainda não esclarecidas. A queda aconteceu em uma zona de intensa atividade mineradora clandestina, problema crônico que afeta a reserva Yanomami, alvo constante de operações de fiscalização.
Os corpos foram transportados por uma funerária ao Instituto Médico Legal (IML) de Boa Vista no mesmo dia do acidente, onde passam por exames periciais para determinar as causas precisas das mortes. A Polícia Civil destacou, em nota, que o caso foi registrado como “morte a esclarecer”, sem indícios iniciais de criminalidade.
A Terra Indígena Yanomami, uma das maiores do Brasil, é palco frequente de conflitos ligados à extração ilegal de ouro, que avança sobre áreas protegidas, degrada o meio ambiente e expõe comunidades indígenas a riscos como violência e contaminação por mercúrio. A presença de pequenas aeronaves, usadas para transporte de pessoas e insumos em rotas remotas, é comum nessas operações irregulares.
Guilherme, identificado como responsável pela pilotagem, integrava um grupo de profissionais que atuam em regiões de difícil acesso, muitas vezes vinculados a serviços particulares não regulamentados. Raimundo, por sua vez, representava o perfil de milhares de garimpeiros que migram para a Amazônia em busca de oportunidades.
O episódio reacende o debate sobre a segurança da aviação em áreas de fronteira e a urgência de políticas efetivas para coibir o garimpo em terras indígenas. Autoridades federais reforçaram que a região segue sob monitoramento, mas a vastidão do território e a logística complexa dificultam ações contínuas.
Enquanto as famílias aguardam a liberação dos corpos para sepultamento, a tragédia ilustra os riscos humanos e ambientais de um ciclo econômico marcado pela ilegalidade, que continua a desafiar a governança na Amazônia.