Após sanções e tarifas de Trump, Moraes sinaliza sobre julgamento de Bolsonaro

Sanções a Moraes e tarifas ao Brasil são o assunto do país.
A movimentação política entre Estados Unidos e Brasil ganhou novos contornos nos últimos dias, com forte repercussão entre juristas, autoridades e a opinião pública. A sanção imposta ao ministro Alexandre de Moraes pelo governo norte-americano, acendeu debates sobre soberania, interferência externa e o equilíbrio entre os Poderes.
No entanto, a medida não alterou os rumos de um dos julgamentos mais aguardados do ano: o processo contra Jair Bolsonaro, previsto para setembro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Fontes próximas ao ministro garantem que ele segue firme em sua agenda, mesmo após ter sido alvo de sanções baseadas na chamada “Lei Magnitsky”, que permite aos EUA penalizarem estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos.
Segundo interlocutores, Moraes minimizou o impacto das sanções ao afirmar que não possui patrimônio ou interesses financeiros em território americano e que seu visto de entrada já estava vencido há dois anos.
A expectativa é que Moraes se pronuncie oficialmente sobre o episódio nesta sexta, dia 1 de agosto, com a retomada das atividades do Judiciário. Internamente, ministros do STF avaliam que os ataques vindos do exterior podem, paradoxalmente, reforçar a coesão do tribunal em torno da defesa das instituições brasileiras.
Além disso, cresce a preocupação com a atuação de figuras políticas nacionais nesse contexto. O deputado Eduardo Bolsonaro, por exemplo, tem sido mencionado como um possível articulador de pressões sobre o STF, o que pode gerar implicações jurídicas adicionais.
Investigadores já coletam evidências que podem sustentar uma acusação formal de coação contra ele. O julgamento de Bolsonaro, que integra o núcleo central das investigações sobre tentativa de subversão democrática, segue confirmado para setembro.
E, diante do cenário atual, promete ser mais do que um processo jurídico será também um teste de resistência institucional diante de pressões internas e externas.