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Primeira-dama pode acabar depondo na Justiça após ação popular e motivo vem à tona

Requerimento foi apresentado pelo vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo) e pelo advogado Jeffrey Chiquini da Costa

Quando se trata do uso de recursos públicos, a sociedade costuma reagir com desconfiança diante de situações que envolvem pessoas de grande visibilidade. A percepção de que figuras públicas desfrutam de privilégios custeados pelo erário gera questionamentos sobre moralidade e legalidade.

Nesse cenário, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, encontra-se no centro de uma polêmica que agora chegou ao Judiciário e cujos desdobramentos ainda são incertos.

Uma ação popular protocolada por Guilherme Kilter, vereador de Curitiba (Novo), e pelo advogado Jeffrey Chiquini da Costa, pede que Janja seja ouvida pela Justiça para esclarecer gastos milionários com deslocamentos internacionais.

O processo corre na 9ª Vara Cível da Justiça Federal do Distrito Federal e busca anular os atos administrativos que autorizaram o custeio das viagens. Caso o pedido seja aceito, a primeira-dama poderá ser obrigada a devolver o valor integral das despesas.

Segundo dados do Painel de Viagens do Executivo, desde o início do atual governo, Janja utilizou cerca de R$ 237 mil em passagens aéreas comerciais, em grande parte na classe executiva, um benefício reservado a ministros e servidores em altos cargos, o que não se aplica a ela.

O montante não inclui voos da Força Aérea Brasileira (FAB) nem os custos da comitiva que a acompanha, composta por mais de dez pessoas, incluindo assessores e fotógrafos. Outro ponto que chama atenção é a compra recorrente de passagens em cima da hora, elevando significativamente os valores.

Das 144 viagens registradas, 140 foram adquiridas com menos de 15 dias de antecedência, e nenhuma delas com mais de nove dias, conforme o processo aponta. Para o vereador Kilter, a prática afronta os princípios básicos da legalidade e da moralidade administrativa: “Se não há cargo público formal, não pode haver tratamento como se houvesse”, argumenta.

A investigação segue em andamento, e a motivação por trás da insistência nesses deslocamentos, frequentemente caros e com estrutura ampla, ainda não foi explicada de forma convincente. Enquanto isso, o caso levanta debates sobre transparência, limites do papel da primeira-dama e o peso da responsabilidade no uso do dinheiro público.

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