Mauro Cid, em delação premiada, fez revelações sobre atitude de Michelle Bolsonaro
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Mauro Cid deu detalhes de como Michelle agia, mesmo recebendo alertas.
Nesta última quarta-feira, dia 19 de fevereiro, o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, concedeu uma deleção premiada, que alertou a assessoria a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro sobre o uso de um cartão de crédito que pertencia à sua amiga, Rosemary Cardoso Cardeiro.
As informações foram expostas após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, ter quebrado o sigilo do acordo de colaboração premiada fornecida por Cid.
Durante o depoimento, Cid afirmou que recebeu ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro para atender a todas as solicitações de Michelle. No entanto, Bolsonaro teria pedido que fosse informado quando algum gasto não estivesse diretamente ligado à ex-primeira-dama.
A decisão de Alexandre de Moraes de tornar pública a delação ocorre um dia após Bolsonaro e outras 33 pessoas serem denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
No momento, eles são acusados de envolvimento em um suposto golpe de Estado, além dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
No depoimento, Cid relatou que tomou conhecimento do cartão quando foi solicitado para pagar um boleto. Ele afirmou que Michelle Bolsonaro “não tinha crédito” e, por isso, foi incluída como dependente do cartão de Rosemary, uma amiga de longa data.
O ex-ajudante de ordens revelou que se preocupava com a forma de pagamento e chegou a alertar a assessoria da ex-primeira-dama sobre o risco de a situação ser associada a um esquema de “rachadinha”, já que Rosemary era assessora de outro senador.
Entretanto, como não tinha contato direto com Michelle, Cid comunicou o alerta tanto à equipe dela quanto à de Bolsonaro. Ainda assim, a ex-primeira-dama optou por continuar utilizando o cartão.
Em um trecho do documento, Cid afirmou acreditar que Michelle quis manter o uso do cartão adicional de Rosemary porque Bolsonaro não possuía um cartão de crédito em seu nome.
Além disso, como a ex-primeira-dama não tinha renda própria, ela teria que solicitar dinheiro ao marido com frequência. O uso do cartão da amiga, portanto, lhe proporcionava mais autonomia financeira.