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Após cinco anos da tragédia da Vale, diques de mineradoras se rompem em Brumadinho MG

A população local está apreensiva diante da possibilidade de um novo desastre.

Brumadinho, cidade marcada pelo trágico rompimento da barragem da Vale em 2019, enfrenta mais um desastre ambiental causado por atividades minerárias.

Nos últimos dias, o município, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, foi atingido pelo vazamento de rejeitos após o rompimento de pelo menos dois diques, o que levou ao embargo de três mineradoras, conforme informado pela Prefeitura.

A primeira ocorrência foi registrada em 15 de janeiro, quando moradores da comunidade do Tejuco denunciaram o vazamento de materiais à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Durante a fiscalização, constatou-se o rompimento de um dique pertencente às mineradoras Tejucana e Ferraria, que operam lado a lado. De acordo com a Prefeitura, a erosão resultante fez com que rejeitos atingissem a vegetação nativa, soterrando áreas do bioma da Mata Atlântica.

Além disso, os sedimentos alcançaram o córrego Sacomini, conhecido também como córrego do Barro, um dos afluentes utilizados pela Copasa para abastecimento de água.

Diante do ocorrido, as empresas foram multadas em valores que, somados, ultrapassam R$ 1 milhão. A mineradora Tejucana foi penalizada em R$ 390 mil, enquanto a Ferraria recebeu uma autuação de R$ 622 mil. Ambas têm um prazo de 30 dias para apresentar recurso.

Apesar do impacto ambiental, a Prefeitura garantiu que as famílias residentes na comunidade de Tejuco não estão sob risco e que a Defesa Civil mantém o monitoramento contínuo da região.

Poucos dias depois, em 20 de janeiro, a mineradora Morro do Ipê também teve suas atividades embargadas após uma operação da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) com o acompanhamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Técnicos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) verificaram que houve danos ambientais à Unidade de Produção de Água da Metropolitana (USPA), que faz parte do Reservatório do Sistema Rio Manso, uma das principais fontes de abastecimento da Grande Belo Horizonte.

Segundo os especialistas, a inspeção identificou a necessidade de medidas corretivas para conter o carreamento de sedimentos que atingiram o Sistema Rio Manso, agravando os impactos ambientais, especialmente no período chuvoso.

A Prefeitura de Brumadinho confirmou que, assim como no caso anterior, o problema foi causado pelo rompimento de um dique, resultando no despejo de materiais no córrego Grande, que deságua no rio Manso.

Diante da repercussão, a mineradora Morro do Ipê negou um rompimento e alegou que o ocorrido foi apenas um “transbordamento dos sistemas de drenagem externos e internos da mina”.

A empresa informou que já está adotando ações corretivas e mantém diálogo com os órgãos ambientais para tentar retomar suas operações o mais rápido possível.

A Prefeitura de Brumadinho reforçou seu compromisso com a população e com a proteção do meio ambiente, destacando que desde o início do ano tem intensificado a fiscalização das atividades minerárias no município.

O episódio reacende a preocupação com a exploração mineral na região e reforça a necessidade de medidas mais rigorosas para evitar que desastres ambientais continuem a comprometer a natureza e a qualidade de vida da população local.

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