Trump autoriza envio de milhares de militares para a fronteira mexicana
Presidente dos EUA tomou várias decisões polêmicas já nas primeiras horas de seu mandato.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (22) um decreto que suspende a entrada de imigrantes em situação irregular na fronteira com o México.
A medida, apresentada como uma estratégia para proteger o país de uma suposta “invasão”, também prevê ações coordenadas entre os Departamentos de Segurança Interna, Justiça e Estado para repatriar e remover imigrantes sem autorização de permanência nos Estados Unidos.
Paralelamente, o Pentágono anunciou o envio de 1.500 soldados para reforçar a presença militar na divisa sul, que já conta com 2.500 membros da reserva do Exército e da Guarda Nacional.
O envio de tropas, aprovado por meio de uma ordem executiva assinada por Trump, faz parte da declaração de emergência na região, promulgada pelo presidente em seu primeiro ato ao retornar à Casa Branca.
Essa declaração facilita a liberação de recursos federais e permite o uso das Forças Armadas para apoiar a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA em missões de detecção, monitoramento e outras funções de suporte.
Segundo fontes anônimas ouvidas pela Reuters, o contingente de 4.000 militares pode ser ampliado para até 10 mil, dependendo das necessidades operacionais. Apesar das medidas de endurecimento, dados oficiais apontam que as travessias irregulares na fronteira estão no menor nível dos últimos quatro anos.
Essa redução ocorre após medidas implementadas pelo governo anterior, de Joe Biden, para conter o fluxo migratório durante o período eleitoral. No entanto, Trump busca agora reforçar suas políticas de imigração com ações mais rígida.
Isso inclui a assinatura de uma ordem que dá aos militares maior envolvimento no policiamento das fronteiras, o que pode entrar em conflito com o Posse Comitatus Act, lei de 1870 que restringe o uso de tropas regulares para fins de policiamento interno.
Além do decreto presidencial, o Congresso dos EUA aprovou nesta quarta-feira uma lei que exige a detenção de imigrantes sem documentos envolvidos em crimes como roubo, arrombamento, agressão a agentes da lei ou outros que resultem em lesões graves.
A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados por 263 votos a favor e 156 contra, com apoio de cerca de 40 legisladores democratas. Trump deve sancionar a medida nos próximos dias, marcando a primeira lei assinada em seu segundo mandato.
Embora as medidas tenham apoio significativo entre republicanos, enfrentam críticas de grupos de direitos humanos e especialistas em imigração, que alertam para os impactos negativos de uma abordagem militarizada nas comunidades fronteiriças. O governo Trump consolida sua linha dura em busca de “soberania e segurança territorial”.