Trump ‘parte pra cima’ de bispa e exige desculpas públicas
Bispa da Igreja Anglicana fez sermão polêmico em dia de posse
A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos sempre gerou grande repercussão, marcada por discursos controversos e reações polarizadas. Desta vez, a tensão foi elevada durante um culto religioso que fazia parte das celebrações, quando a bispa de Washington, Mariann Edgar Budde, utilizou seu sermão para pedir misericórdia às comunidades marginalizadas, incluindo imigrantes e pessoas LGBT+.
A fala não agradou Trump, que reagiu publicamente com críticas duras e exigiu desculpas. Durante a cerimônia realizada na histórica Igreja Episcopal St. John, Budde destacou o impacto das políticas anti-imigração e os medos gerados entre crianças cujos pais podem ser deportados.
Em seu discurso, a bispa também pediu respeito pelos direitos das comunidades LGBT+ e enfatizou a necessidade de compaixão para com aqueles que trabalham arduamente, muitas vezes em condições precárias, em terras estrangeiras.
Trump, no entanto, não recebeu bem as palavras da líder religiosa. Em sua rede social, Truth Social, ele chamou Budde de “radical de esquerda” e “hater”, classificando o sermão como “entediante e sem inspiração”. O ex-presidente também criticou a suposta falta de menção aos crimes cometidos por imigrantes ilegais, reforçando sua narrativa política contra a imigração. Veja um trecho do sermão:
Esse não é um discurso sobre ideologia, sobre bandeiras levantadas, mas um clamor por humanidade.
A bispa Mariann Budde, líder da diocese episcopal de Washington, fez um apelo corajoso na defesa de direitos humanos na posse de Trump . pic.twitter.com/QeBsTuahbI
— Andrei Kampff (@AndreiKampff) January 22, 2025
Para Trump, a bispa deveria pedir desculpas por trazer “política desrespeitosa” para um evento religioso. A fala de Budde gerou apoio e críticas. Personalidades como Elon Musk, aliado de Trump, criticaram-na por defender pautas progressistas, enquanto outros líderes religiosos e membros da sociedade civil elogiaram sua coragem ao abordar questões sensíveis diante de um público tão politicamente carregado.
A controvérsia não apenas destacou o clima polarizado dos EUA, mas também trouxe à tona questões fundamentais sobre a interseção entre religião, política e direitos humanos em um momento histórico tão simbólico.